quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Walk down Memory Lane



The propellerheads ft. Dame Shirley Bassey - It's history repeating

Cresci a ver a NBA com o prof. Coutinho e com o Carlos Barroca, às 6as feiras, no 2º canal, ao mesmo tempo que investia todo o dinheiro que as avós e tias me davam em Super Baskets. Durante as aulas, quando não estava entretido a fazer equipas ideais com os jogadores que conhecia, passava o tempo a analisar as estatísticas que recortava e levava escondidas no caderno ou a admirar as capas dos livros e cadernos forradas com voos, afundaços, mãos no ar a desenhar um passe ou a fazer acreditar num abafo e caricaturas dos all-star de cada ano. Tinha o Jordan, o Hakeem, Pippen, Ewing, Barkley, Stockton e Malone, Almirante Robinson, Magic, Drexler ou Wilkins (Dominique, claro, que o mano Gerald era menos fotogénico). Mas também tinha Tom Chambers, Dan Majerle, os gémeos Grant, Ron Harper, Terry Cummings, Tim Hardaway, Mark Price, Reggie Miller, Chuck Person, Alex English, Fat Lever, Chris Mullin e Chris Webber, Doc Rivers, Mitch Richmond, Action Jackson ou ‘Spider’ Salley e que me ajudavam a armar em ‘connoisseur’. E tinha os Sonics.  Todos tinham as suas equipas favoritas: A maioria Lakers e, com a ascensão de Jordan, Bulls, alguns Celtics, outros, mais tarde, Portland, poucos Pistons. Eu, apesar dos poucos jogos que davam na televisão (e que eu religiosamente gravava),  gostava dos SonicsE os meus cadernos estavam decorados com McMillan, Dale Ellis, Derrick McKey, Mr. X, Michael Cage e mais tarde o ‘double zero’ Benoit Benjamin, Ricky Pierce, Eddie Johnson, Gary Payton, Schrempf e, claro, Shawn Kemp. 

Acho que os Sonics tinham uma mística especial e jogadores especiais, apesar de nem sempre darem uma grande equipa. Mas deu em 1993/94. Aí tinham Kemp, Payton, Schrempf, Pierce, Kendall Gill, MacMillan e um velhinho Michael Cage a ressaltar mais do que a marcar, a la Marcus Camby. E tinham George Karl no banco. Payton e Kemp estavam a crescer e a equipa a crescer com eles. E nesse ano foram brilhantes na fase regular e todos já esfregavam as mãos com o regresso a glórias passadas. Embora tivessem o melhor record da liga, ganhar o título era um bocadinho puxado mas ir às finals não era tão utópico e à final de conferência era o mínimo que se exigia. Pois bem: perderam logo na primeira ronda dos playoffs contra os Nuggets de Dikembe Mutombo, que recuperaram de 2-0 para 3-2. Foi a primeira vez na história da NBA que um primeiro classificado na conferência perdeu contra o último na primeira ronda. Suponho que menos do que a maioria dos fãs dos Sonics, mas também eu fiquei desiludido.

Isto a propósito dos playoffs deste ano e das voltas que estas semifinais estão a dar nas minhas previsões. Não é inédito e as surpresas são tudo menos incomuns nos playoffs da NBA. E eu devia saber isso. Mesmo assim fiz as minhas escolhas com base nas equipas favoritas e que poderiam chegar o mais longe possível. Resultado: Os underdogs estão a dar-me cabo do jogo, tal como os Denver lixaram os favoritos Sonics. E ficar já sem nenhum dos meus 5 jogadores não me deixa nada satisfeito...

5 comentários:

  1. eu também era fan dos Sonics (mas só comecei a ver NBA quando já lá estava o Kemp).

    e fiquei bastante chateado quando os espanhóis fundiram a superbasket com o Gigantes, que passei a ter que apanhar com as notícias da ACB juntamente com a NBA

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  2. Se aprovarem a deslocação dos Kings para Seattle, vou começar a fazer um mealheiro para os ir ver. O que deve acontecer lá para 2050. Pode ser que tenham desconto sénior...

    E só faltava GS dar cabo das previsões. Pronto, já está.

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  3. Acho que as coisas já estão encaminhadas para os Kings ficarem em Sacramento. Pelo menos, foi essa a decisão do parecer do "owner's committee". A verdadeira votação vai ser só daqui a umas semanas.

    Começa a falar-se agora é da possibilidade dos Bucks irem para Seattle. Tenho pena que não sejam os Hornets/Pelicans a irem para lá. Por muito que simpatize com New Orleans, é uma cidade sem grande cultura de basquete. E antes de serem adquiridos em 2011, falou-se muito de saírem.

    Gostei do teu texto. Nos anos 90, comecei a ver basquete, também com o Carlos Barroca, mas nunca fui um fanático, basicamente só via os resumos e conhecia poucos jogadores. Era fã dos Bulls, claro (usava as minhas T- shirts com orgulho na escola), mas hoje não tenho mais afeição por eles do que por outras equipas (tenho um fraco pelos T- Wolves e pelos Hawks e gostava de ver os Grizzlies campeões - já esteve mais longe...). Também gostava dos Sonics, por causa do Frasier, talvez e do episódio em que o Niles faz terapia com um jogador deles.

    Depois, fui para a universidade e afastei-me um pouco do basquete e só em 2008/09 é que voltei para os braços da bola laranja. E ajudou muito a NBA TV (a razão pela qual nunca na vida vou mudar para o MEO, até já disse isso ao pessoal do telemarketing: "arranjem NBA TV e eu talvez mude".

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  4. também digo sempre isso quando me perguntam se não quero mudar :)

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  5. A decisão do 'owners committee' é na próxima semana (13 Maio. Amén). Penso que foi o parecer do 'Relocation committee' (que inclui alguns donos mas não todos) que não foi favorável. Parece que até estão de acordo que Seattle deva ter uma equipa (apesar de aparentemente ter havido contrapartidas financeiras para a cidade quando mudaram para OKC) mas só não querem que sejam os Kings...

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